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Acordaram ao meio dia. Luxo de domingo. A garoa dançava com o vento e só não se punham a força dentro de casa por razão de janelas e cortinas. 

Acordaram ao meio dia. Fizeram panquecas:

- Mas eu não sei quebrar ovos! - ele dizia sob um leve desespero.

Comeram. Conversaram. Sentiam a vida fluir densa e doce. A seiva de uma árvore jovem. O mel não mais escondido e guardado num favo.

Ah! Era preciso levantar. Levantaram, mas não sem antes enrolarem mais um pouco na cama e colocarem-se a si mesmos em banho-maria do resto do mundo. O tempo não podia parar? O dia estava tão frio... Não podia o tempo congelar naquele instante? 

O mundo real os chamava lá fora: era a garoa dançando friorenta, com seu nariz vermelho.

Ah!

Levantaram. Meias e pantufas. Silêncio sepulcral de quem não quer acordar a si mesmo do sonho.

- Arrumar cama de casal é tão difícil para uma pessoa só... - ponderou com seriedade - Você não podia me ajudar... Para sempre?


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