La Petite Fille de la Mer
É engraçado como a gente descobre algumas coisas na nossa vida. Mas mais engraçado ainda é perceber como outras são redescobertas. Ontem um amigo me falou de um compositor e de uma música que ele tinha descoberto. E qual não foi o meu espanto ao perceber que a tal música tinha sido uma das minhas obsessões adolescentes. Leia-se "obsessões" de um modo positivo.
Fazia o quê? Sete? Oitos anos? "Em que ocasião você ouvia essa música?", ele me perguntou. Lembrei que ouvia direto e tinha até criado uma história, tinha escrito o começo de um "romance". Era uma história ingênua sobre perda, separação e morte e se passava num farol, à beira mar. Eu lembro que por causa da música, quis aprender francês, embora só tenha começado a estudar muito tempo depois.
E ela ainda me passa essa sensação de sonho, de tons pastéis, essa delicadeza tão ímpar das canções de caixinha de música. Eu tinha três porta jóias que tocavam musiquinha: eram bonitinhas, mas nenhuma delas me tocava como a música de Vangelis ainda me toca.
Lembro também que limpava a casa ao som dela, o que hoje me parece, no mínimo, estranho (!). Algum pouco tempo depois fui descobrir que para limpar a casa, nada como o primeiro disco dos Los Hermanos, Earth, Wind and Fire e similares. Mas tem que ter alguma coisa tocando!
Acho que o encantamento de "La petite fille de la mer" (Vangelis), para quem possa ter ficado curioso, só pode ser comparado a "Clair de Lune" (Debussy), que curiosamente toca em "Twilight", "Ocean's eleven" e em outros filmes e seriados de TV.
Como cair no tédio quando a vida é um eterno processo de (re)descobrimento?
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segue o link:
http://www.youtube.com/watch?v=U56NMn7SAv4