Paper stars
Não adianta: tem coisas que a gente só aprende com a própria experiência - muitas vezes trazida pelo tempo. E quando digo coisas, estou me referindo a tudo: do borbado à paciência.
No passado, um amigo meu costumava me dizer várias coisas que eu costumava recusar pronta e raivosamente. Há algumas semanas, percebi que ele tinha e ainda tem razão em relação a diversos aspectos. Fiz questão de dizer isso a ele, o que o deixou surpreso e, naturalmente, feliz.
O fato é que eu não estava pronta para entendê-las. Alguns caminhos são solitários e precisamos percorrê-los para que certas coisas façam sentido.
Tem coisas que levamos muito tempo para entender, já outras parece que nunca chegaremos a entender, mas como a eterna otimista que sou, acredito realmente que a gente aprenda as coisas - cedo ou tarde, e antes tarde do que nunca.
Foi sem querer que eu aprendi sobre as coisas que meu amigo me disse. Como se tivesse esbarrado na rua com a verdade. E foi "sem querer" que aprendi a fazer as estrelinhas da foto.
Sem querer nada! Há quase um ano, um amigo meu, com a maior boa vontade do mundo, se propôs a me ensinar como fazê-las. A estrelinha laranja ele fez para mim. Me ensinou passo-a-passo e tudo mais. E eu nada! Ele me deu até as tirinhas coloridas para que eu fizesse minhas próprias estrelas. Três tirinhas cor-de-rosa. A teoria ele tinha me ensinado, mas faltava a prática.
Arrumando minhas gavetas e armários [ah como eles têm histórias para contar: papéis, desenhos, rascunhos...], encontrei a estrelinha laranja que meu amigo tinha feito. Para minha alegria, estava intacta. Encontrei também duas das três tirinhas cor-de-rosa.
Como quem não quer nada e olha as nuvens que vem chegando... ouve a música que brota de fora de casa... pensa na vida que se apressa... transformei as duas tirinhas em duas estrelas. Não são perfeitas como a laranja, mas são um rascunho, um começo. Afinal, tudo na vida exige um pontapé inicial, não? E que alegria boba elas me trouxeram...
Ouvindo Paper Moon (Nat King Cole)
Comentários