Diário: Dando as cartas

A espera pode ser recheada de expectativas: um balão de gás hélio que te leva para cima... e que estoura com uma facilidade incrível. Para algumas pessoas é muito fácil apostar todas as fichas num mesmo número. E se for um número de azar e não der nada? Paciência...

Mas mesmo na quebra de expecativas pode morar o inesperado. Hoje eu apostei minhas fichas num número. Curiosamente, não estava muito crente de que daria certo, embora todos me dissessem ser esse o número certo. Acho que nem sempre aquilo que parece tão "certo" para nós é realmente aquilo que é "certo" para nós.

Ok, jogo de azar. Perdi. A expectativa não era tão grande (acho que porque certas coisas em mim estão se modificando e certos acontecimentos recentes têm me desanimado deveras), logo sua quebra não gerou em mim qualquer decepção. Claro que um pouquinho mais de desânimo, mas sinceramente, who cares? Estou aprendendo à perder. E a deixar. Let it be.

O fato é que eu não era a única na mesa de apostas, jogando. Sim, notaram meu belo vestido azul marinho, meus brincos de pérola, meu riso fácil. Girl with a pearl earring. E apostaram num número. E, surpreendentemente, o meu número, o número 2. De um modo completamente inesperado, acabei ganhando também.

Ouvindo Repetition (Information Society)

Comentários

Sirius disse…
Eu me considero jogador nato, e te digo: perder faz parte. Falar é fácil, eu sei; não sou um bom perdedor, mas isso é orgulho. O que não pode perder é o ânimo, a garra, a gana. Eu posso ser tolo, mas me inspiro tanto nos pequeninos do Condado que até mesmo acreditando piamente que poderiam perder... mudaram os rumos da história. Talvez eu seja mesmo um tolo; mas não, eu não me canso de jogar. Arriscar com ressalvas, preservar-se sem perder-se fechado pelas paredes que mantém os outros lá fora e nos mantém sozinhos aqui dentro...
Seus posts são profundos, e gosto da maneria como escreve :P
Beijos,
Sirius
Bunnyman disse…
Excellent choice of music!

Takes me way back.

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