Sobre homens inconvenientes e as coisas que me contam por aí (1)

Não. É isso mesmo: eu disse não. Então por que será que você insiste?

Eu disse não porque você não me interessa. Porque sou casada e, mesmo que não fosse, você não despertaria o meu interesse. E você é casado e, mesmo que não fosse, não despertaria o meu interesse. 

Eu desenhei uma linha no chão. Uma fronteira com giz branco. Achei que era o bastante. Porque eu fui clara e objetiva. Mas fui delicada e educada. Jaz aí o problema?

Porque você ultrapassou a fronteira que tracei no chão. Se a desenhei no chão, foi por um motivo - que você parece não entender. Minha delicadeza não encobriu minhas intenções de não ter nada com você. Então por que será que você insiste? 

Você ultrapassou a linha e me deu um apelidinho. Você me trata com uma intimidade que nunca lhe foi dada. Você se tornou um homem inconveniente.

E eu sou legal. Não mereço um homem inconveniente.

Eu desenhei uma linha no chão. Uma fronteira com giz branco. Achei que era o bastante. Não foi. Então a saída foi construir um fosso mesmo, cheio de crocodilos.


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