Lili e o Brilho Eterno de uma Mente sem lembranças
Porque a cabeça de Lili andava um turbilhão. Mas uma coisa não tinha mudado. No silêncio da noite – quando todos dormem – ela lembra. Sem raiva, sem rancor. Só um carinho imenso do tamanho da noite que emoldura sua insônia. Não conta mais estrelas. Os abacateiros, o bambuzal, as músicas são as mesmas. Mas a sala está vazia agora. Os olhos castanhos de Lili – e não pretos, ao contrário do que pensam – continuam os mesmos. Talvez mais velhos, mas o brilho ainda é de gente que tem muito por fazer. Mas nada mais se reflete neles. Sorri sozinha na saudade de sua insônia. A caneta jaz sobre a mesa. São duas da madrugada e ela deseja à qualquer estrela lá fora que aquilo o que não mudou possa chegar ao seu destino tão desejado.
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