Tudo o que você quer ser: um omelete?
Um dos pratos mais versáteis do mundo é omelete: fica bom com qualquer coisa que você combine, topa qualquer parada. Ontem e mesmo fiz um omelete de frango xadrez - delicioso - com as sobras de comida chinesa da noite anterior.
Mas aí eu pergunto: será que o negócio é mesmo esse, isto é, topar qualquer parada?
Passei a infância ouvindo o discurso propagandistico (não sei como não sofri lavagem cerebral):
Barbie: tudo o que você quer ser.
Mas não queria ser modelo, veterinária, nem pediatra ou dentista. Nessa época, eu queria ser atriz. E a Barbie não podia ser atriz porque ela já fingia demais uma vida que não existe. Uma vida que ninguém pode ter.
Foi aí que me veio a história do omelete: será que é negócio ser flexível como ele? O omelete nunca te diz não: se não pode ser acompanhado por tomate, azeitona, queijo, orégano, presunto e afins, ele se vira sozinho, sem dramas. O omelete tem obrigação de ficar sempre bom, de sempre satisfazer. Aceita qualquer coisa sem rejeição ou questionamento.
Fico pensando qual é o preço que se paga por ser omelete. Às vezes, desconfio que a gente precise transbordar a panela, queimar tudo ou simplesmente errar, muito para lembrarmos que somos gente e não precisamos acertar sempre - como se acerta um omelete.
Comentários
Não sou boa em td, na verdade em quase nada, e coisas que para outros são dons naturais, para mim custam muito esforço.
Vivo errando, queimando td...
E se acerto de vez em qdo, já me dou por contente.