Saldo marítimo

Voltei de viagem ontem com o coração leve e a cabeça cheia de ideias novas. Algumas reformadas. Outras meio radicais.

Revirei o passado como o vento revirou a areia a praia - como sempre: como ele sempre faz e como eu sempre faço. E é engraçado como a gente vai vendo as mesmas situações de modos diferentes, conforme o tempo passa, conforme os sentimentos passam, conforme a gente passa, conforme a uva passa.

Pus o pé em casa e outras coisas surgiram. Coisas realmente grandes, mas grandes e agradáveis como um filhote de elefante. Ou vários filhotes de elefante. Só sei que a impressão ainda é a mesma: a gente não é o era há uma semana atrás. Se isso é bom ou mau, bom, não sei dizer.

Voltei até com marca de biquini, embora São Paulo me tenha recebido com um abraço gelado. E eu levando a mala quando ela deveria estar me levando, haja visto a nossa diferença de tamanho.

Voltei me achando uma expert em temakis, pensando nas conversas profundas que tive com duas amigas a beira-mar, em meio a sucos exóticos. Questões existenciais, profissionais, emocionais, pessoais, sentimentais... Porque os meus questionamentos continuam os mesmos, ainda que eu já tenha me contentado em não ter algumas respostas.

E como uma delas disse: "quando se tem amigas não se precisa de terapeutas".

Voltei com um vestido frente-única, desses que adoro - beeem verão mesmo. E com uma máscara do Spiderman do Burguer King para Charlie. Estou morrendo de saudade dela. E a saudade dói mais quando faz frio.

Sonhei que um turco me escrevia cartas de amor e me seguia pelas ruas. Isso depois de assistir "De volta para o futuro". Pode? Pode sim. Pode tudo. Foi o ar marítimo. E a boa companhia - naturalmente.

P.S. detesto me esquecer como amo o mar.

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