Fluidos
Ele derretia. Gelo no verão de Cuiabá. E não quis permanecer nas mãos dela, em concha para mantê-lo próximo. Preferiu escorrer pelo chão da sala, escapando por debaixo da porta. Silenciosamente. Mas esfriou de novo e voltou a ser sólido. Agora era verão de Cuiabá no mundo dela. E ele quis mantê-la em suas mãos, em concha, como ela havia tentado com ele. Mas não dessa vez e ela se desfez em gotas gotas gotas pingou pingou pingou inundou e derrubou a porta. A intensidade vazou e ele não teve a chance de tê-la nas mãos.
Ela fluiu para o mar. Aberto.
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