Dias de pudim de leite
Cozinhou tanto em banho-maria que toda a água secou, evaporou, foi chover em outro lugar. Era muita água, era sempre muita água. E o pudim se leite foi escurecendo, amargando. Alguém chorou sobre o leite derramado (o que um dia fora leite, o que um dia fora água - veja bem que as coisas mudam...) que agora era lembrança de pudim. Mas pudim sem doçura, sem consistência, sem nada que lembrasse o que um dia tinha sido. E o choro que um dia havia se esparramado sobre o leite esparramado no chão aguou, enquanto o torrão amargo minguava e a fumaça fétida se espalhava pela cozinha.
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