Lili almoça com Arnaldo Antunes
A pálida lasanha quatro queijos a encarava, solene. Aquela não seria exatamente uma grande experiência gustativa, Lili sabia. Ventava tremendamente lá fora. Nunca tinha visto ventar tanto em toda a sua vida. Da fruteira, os abacates a olhavam tristes. Seria o humor de ambos afetado pelo tempo? Ou estaria o humor dos mesmos influenciando-o? Já o cardume de gominhos de limão que nadava em seu copo parecia mais feliz. Vai entender. A despeito de tudo, lá estava Arnaldo e sua voz incomum reverberava pela cozinha. E ecoava dentro de Lili. O silêncio manso dos que aceitam parecia convidar o copo - solitário - para um brinde. Mas não tinha com quem brindar. Vamos celebrar! O quê? Por dentro, Lili fez tlin tlin e sorriu. Parecia que todo dia era um casulo novo do qual precisava sair. Mas celebrar o quê? A vida. Só? Ah! A saudade? Hum... Lili me olhou feio. Ela não gostava quando eu insistia com essas coisas. O que você está fazendo? Abraçando... O quê? Tudo. E ‘tá consumado.
Comentários
vc conhece o moço que comentou aí em cima???
ele tem um blog legal tb!
hehehe!
curti o post e é engraçado como mesmo coisas azedas como os limões podem ser tão divertidas qdo olhamos de determinadas perspectivas...
eu só queria dizer algo inteligente....