Lili and the winds of change
Lili olhou pela janela. O dia estava frio lá fora e o mensageiro dos ventos acusava, naturalmente, vento. Ela fez as malas. De novo. Por que estaria sempre partindo? Levantou a sobrancelha esquerda significativamente quando lhe perguntei isso. Não respondeu. Ou antes teria murmurado alguma coisa? Fosse como fosse, monossílabos não eram um bom sinal vindos dela. Nem poucas palavras. No fundo, acho que só estava digerindo os mais recentes acontecimentos. Davam mais trabalho, sem dúvida, do que o cachorro-quente com tirinhas de pimentão do qual ela tanto gostava. E ela, que gostava tanto de coisas estomacais e viscerais, viu-se, mais uma vez, evitando os “Risíveis Amores” de Milan Kundera, a fim de não pensar muito. Apanhou cachecol rosa-chá e tingiu-se de camomila.
Torrou seus últimos tostões com o tão desejado xilofone e teria fugido com o circo, se, à porta de casa, não tivesse se dissolvido no vento.
Comentários
estou realmente emocionado!