Refrão de bolero


Ela acendeu um cigarro silenciosamente, sem a costumeira agitação.  Aquela luz tênue os iluminou por alguns instantes, era o bastante para que visse o rosto dele absorvido pela penumbra, com um olhar discreto que oscilava suavemente entre a dor e o prazer. Não, ele não era um homem de paixões violentas. Ou talvez fosse - ela desconfiava veementemente - e se estivesse certa, ele seria um homem de contenção, ou seja, alguém digno de punição. Ao menos aos seus olhos.

Comentários

Pantera disse…
contenção, arrebatamento, moderação... no fim das contas, tudo é punível, tudo é punido: no fim das contas, tudo é aquém

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