Zeca desperta
O grande amor da minha vida...
Concluiu Zeca num semi-suspiro vários meses depois da separação. E chorou. Desesperadamente. Ele que a princípio a escolhera por comodidade, porque ela não era nem muito bela nem muito inteligente. Mas como seu café não havia outro igual... Gostava das suas mãos humildes a da sua timidez sincera perante qualquer elogio. Eram as malditas pequenas coisas e aquela dedicação homérica que ela demonstrava na medida exata de açúcar que servia em seu café. A quantidade exata de doçura para a sua existência amarga.
E agora onde estaria? Zeca não se achava dentro de si mesmo, como querer encontrá-la? Queria lhe dizer que ela não era a muleta emocional que tinha pensando, mas o grande amor de sua vida. E não era qualquer mulher que mereceria um artigo definido. Isso é para poucas. E era completamente, indubitavelmente, inegavelmente para ela.
Depois de ter se dado conta de si mesmo e do que sentia, bem, era hora de pensar sobre o que fazer. E se faria alguma coisa de fato.
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