O amor supera o autismo. Oi?
Sou leiga, mas não tão leiga a ponto de me deixar levar pela novela das 9h.
- Ai bobinha, mas isso é ficção! Então encare como tal!
Possivelmente, estou sendo uma grande chata, mas sempre que a televisão retrata algo cujo conhecimento foge do grande público - clonagem, cultura oriental e autismo, por exemplo - assume uma responsabilidade maior ainda por aquilo que veicula. Ou não?
Ora, o que a tevê retratar sobre esses assuntos será a única referência que muitas pessoas terão sobre o autismo, ao contar a história de Linda, sua família e seu marido (!)
Não estou dizendo que tudo tem que ser didático, gosh!, mas verossimilhança e bom senso teriam caído bem, não?
Acompanhei alguns poucos episódios, mas foram o suficiente para perceber que houve uma preocupação mínima em criar uma personagem coerente com o autismo.
A impressão que ficou (principalmente neste último episódio) é a de que
O AMOR SUPEROU O AUTISMO.
já que Linda conseguiu vencer vários obstáculos!
Ah... Mas é claro!
Me esqueci:
O AMOR SUPERA TODAS AS BARREIRAS [sono]
Há duas fontes bem mais confiáveis (dado objetivo) e muuuuito mais interessantes (dado subjetivo) para leigos como nós terem uma noção de como o barco toca para os autistas: o romance "O estranho caso do cachorro morto" e o filme "Rain man".
Ambas servem de alguma referência para ter uma noção mais real sobre o mundo dos autistas, esclarecendo fatos importantes e nos colocando um pouco a par de como as coisas funcionam para quem sofre desse transtorno. E essas fontes, sim, mostram amor e autismo, mas um amor muuuuuuuuuuuuuuito longe de qualquer coisa que vocês tenham visto em "Amor à vida".
Mas acho que a melhor coisa que já vi sobre o autismo foi o vídeo real sobre uma jovem autista canadense, chamada Carly. Obviamente, ela e a personagem Linda têm graus diferentes de autismo, mas isso não justifica a inconsistência da personagem.
Acho que se você se propõe a escrever algo, deve fazê-lo direito - ou não fazê-lo.
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