Dos replicantes - Blade Runner

* Contém spoliers!

Sim, aconteceu: finalmente assisti o celebrado e aclamado Blade Runner.

Há cenas muito belas, como a morte de Zhora. Gostei da delicadeza dos origamis de Gaff e de sua sutileza. Da ingenuidade e solidão de J. F. Sebastian. Da fragilidade de Deckard e Rachael, embora eu não tenha sido receptiva ao romance deles. Ler o medo nos olhos de Deckard é algo interessante. A trilha sonora do meu queridinho Vangelis é muito boa também. Ótima fotografia e atuações. O final é surpreendente.

Minha parte preferida é o discurso final de Roy. Acho que ele é, de longe, a melhor personagem e, de fato, "mais humano do que os humanos". Na verdade, sua sede por sobrevivência, por não querer deixar de existir, por não  querier deixar que sua experiência se perca são extremamente humanos. Who wants to live forever? Não que se queira viver para sempre, mas Roy precisava ter um prazo tão curto? Como alguém em estágio terminal...

Reconheço o valor e a importância do filme. Todavia, não me tocou. A mesma coisa aconteceu com Ensaio sobre a cegueira: o filme é excelente, mas... eu não gostei muito não.

Não me decepcionei com Blade Runner. Me decepcionei comigo. Porque não consegui sentir o que (quase) todo mundo me disse que sentiu quando assistiu Blade Runner. Talvez seja falta de maturidade minha. Talvez eu não estivesse pronta ou num bom momento para sentir a grandeza do filme. Talvez o filme esteja além da minha sensibilidade. Ou talvez não.

Comentários

Anônimo disse…
não há níveis de sensibilidade. não é que um é mais sensível que o outro. são diferentes. e a sua talvez não esteja pra estes filmes.. :)

vou aprender a colocar o seu blog no meu hehehe
>sara
Sirius disse…
Eu curto esse tipo de filme, você bem sabe; mas serei categórico:





Concordo em gênero, número e grau.
biel madeira disse…
Bom, eu não concordo!
hehehe, não pude me furtar a comentar, principalmente no que tange ao filme. Não julgo gostos, de forma alguma. Tampouco critico o alcance dos filmes nas pessoas. Porém eu preciso fazer algumas perguntas:
1º A última fala do moço que morre na chuva: eles, os replicantes, seriam capazes de chorar? a imagem por ele utilizada "sonhos que se desfazem como lágrimas na chuva" poderia ser mais poética?
2º pouco antes da entrevista do ford com a moça, onde ele descobre que ela é tb uma replicante, o diretor faz agumas perguntas que levantam uma outra questão: seria o Ford tb um replicante?
bom, percebeu que eu gostei muito do filme, né?

bjones!
Cayo Candido disse…
O Ridley Scott fez um zilhão de "versões de diretor" depois que saiu o original. Aliás, a última saiu ano passado, não sei o motivo. A versão original deixa tudo bem mais no ar enquanto a versão final do diretor deixa claro a pergunta que o Biel citou, ou seja, sim, a personagem do Ford é um replicante, o próprio Ridley Scott já deixou isso claro.
Mas o mistério é sempre melhor.
De qualque modo, é um filme pra ser assistido antes de morrer ou antes que acabe a bateria.

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