Killer... I mean Drama Queen

Eu surto. É um fato. Eu exagero. É um fato. Não surto tanto quanto antes. Não exagero tanto quanto antes. Entretanto, hoje me deu um gelado no estômago e a minha pressão foi lá embaixo. Um mal-estar me tomou ombros, cabeça e peito. Olhei para baixo e não vi nada. Olhei para cima e vi todos grandes. Me senti microscópica de novo. Uma bactéria simpática e inócua com documentos e as respectivas fotocópias nas mãos. E uma dor no peito. Jesuis! Que que é isso? Não tinha comemorado antes porque essas coisas sempre podem miar:

- MIAAAAAAAAAAAAAU!

E aquele mal-estar e eu querendo calar o miado estúpido ressoando no meu coração parado. Eu exagero? É um fato. Não nego, mas também não nego que me senti humilhada e uma palhaça. E não teve graça. Eu não sou engraçada, desisti de ser há algum tempo.

Dividi com o Pai Forster a minha angústia e meu inconformismo e com Charlie o seguinte desabafo:

- Não gosto de funcionário público!

Ela riu, porque agora eu sou funcionária pública! Eu ri também, mas meu peito não doeu menos. Na verdade, ainda dói, mesmo depois de algumas horas.

- MIAAAAAAAAAAAAAU!

O fato é que tenho que aprender a me comportar melhor. Não em relação aos outros, mas em relação a minha prórpia pessoa. Normalmente, sou uma dama em se tratando dos outros. Sem chiliques. Porque os chiliques guardo todos para mim e minha intolerância diante de certas coisas, como depender de duas instâncias superiores que não dão a mínima para mim, nem me respeitam (sendo que uma está de greve) e me pedem coisas idiotas têm outras coisas com o que se preocupar. Drama Queen mode on.

O Pai Forster pegou a sua carabina e, muito tranquilo, me disse:

- Fique tranquila que, se necessário, a gente vai caçar esse gato.

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