Na sala de aula [5]: Exemplos

Encontrei o Rafael* no meio do caminho e acabamos seguindo juntos rumo à escola. Ele é um menino de 12 anos, pequeno e muito bonzinho. Fomos conversando sobre várias coisas: o bairro, futebol e coisas assim, sem muita importância.

Ao chegarmos em frente à escola, paramos junto a faixa de pedestre. Passavam muitos carros e esperaríamos o sinal fechar. Há uma moça que ajuda na travessia de crianças e ela também esperava. Em determinado momento, apesar de o sinal estar vermelho, eu poderia tranquilamente ter atravessado a rua, pois não vinham carros de nenhuma das direções.

Entretanto, numa fração de segundos, eu pensei no Rafael ao meu lado. Eu sou a professora dele e vou atravessar enquanro o sinal está vermelho? Pode parecer bobagem, mas não acho que seja: acredito realmente nos exemplos que damos para as crianças.

Não era uma situação do tipo"atravessa que dá", mas eu não arriscaria o Rafael. Todavia, muito mais do que isso, eu não arriscaria "ensinar" uma coisa que na verdade não está certa e que eu faço - o que não faz de mim uma hipócrita. O fato é que passei a repensar uma série de coisas sobre as minhas atitudes. Estou disposta a mudar algumas delas. Pelo Rafael. E por qualquer um que me tome por exemplo.


* Nome fictício.

Comentários

Sirius disse…
Ensinar pelo exemplo é uma das melhores maneiras, na minha opinião. Claro que ninguém anda na linha 100% do tempo, quem nunca atravessou fora da faixa que atire a primeira pedra. Mas quando podemos esperar o sinal abrir, por que não, não é mesmo? Um simples gesto como esse diz muita coisa a quem ainda está dando os primeiros passos na vida. Porque aprendendo, estamos todos.
Silvia Barbosa disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Silvia Barbosa disse…
De pequenos atos surgem grandes transformações !! Adorei seu post...sou separada e tenho filhos adolescentes...temos q nos policiar em atitudes sim !!! Bjo
Bem bacana seu blog !!

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