Das coisas que a gente precisa e nem sabe

Foi molhar os pés na água. Suspiro. Apostei uma corrida com Charlie a beira mar. Rodopiei freneticamente enquanto as ondas vinham chegando. Meus cabelos todos bagunçados. Catei conchinhas, mas devolvi todas. Da praia, só queria trazer a areia em meus chinelos, a cor no meu corpo, uma meia dúzia de fotos e as melhores memórias.

Porque eu acho que muitas vezes a gente precisa de coisas que nem sabe. E a liberdade que eu sinto ao ver o mar é uma coisa indescritível. Porque a sociedade acaba nos colocando as mais diversas amarras e acho particamente impossível que a gente não se sinta tolhido vez ou outra - quando não o tempo todo. Claro que a liberdade total não é possível, mas isso é outro post.

E não são só os outros nos tolhendo, mas nós mesmos nos tolhendo - e desnecessariamente. Tanta coisa a gente podia fazer e não faz por... quê? Porque a gente mesmo se amarra, se priva, se encolhe. Acha que não dá conta, qure não serve, que não rola porque, um dia, alguém disse alguma coisa.

Ora ora... Alguém sempre vai dizer alguma coisa.

E existe uma grande diferença entre reconhecer os próprios limites e criá-los.

E não só liberdade eu senti sob esse céu de mil tons de azul, mas uma sensação de paz que eu não sentia há muito muito muito tempo. Mesmo agora enquanto a chuva cai lá fora e os coqueiros se agitam desesperadamente, o vento assobiando severo, eu sinto paz dentro de mim.

Mesmo agora pareço estar ainda rodopiando na praia, segurando os chinelos. A cara limpa, os cabelos bagunçados. O vento e a água levando embora o que não serve mais.

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