Domingo
Me dá sua mão pois quero ler a linha da sua vida. Passado, presente, futuro. Brincar do jogo do sério só para poder te olhar sem pudores, sem explicações, sem a lenga-lenga que nós dois já bem conhecemos. Precisa de permissão agora? Me dá sua mão, pois quero te levar por todos os caminhos. Conhecidos, desconhecidos, imaginários. Nem que seja para te levar até a nova padaria, onde os sonhos são divinos e o café bem forte, como você bem gosta. Olha, pode pegar a cruzadinha do jornal. Toma a caneta. Você me sorri com esse sorriso de domingo, mesmo que seja uma segunda-feira chuvosa. E, no seu rosto, leio a minha total inabilidade de entender a vida. E nem por isso isso me atrai menos. Te sigo sem fazer perguntas na fila do pão, enquanto pensa em voz alta:
- O contrário de guerra... Paz.
O que me você me traz.
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