Maurício+Malu: Aos seus pés
Estavam deitados na cama. Já devia ser duas da manhã e nenhum dos conseguia dormir. O motivo? A vida.
Estava frio e a janela, fechada. Mas Malu insistia em ficar sem meias. Era como se elas sufocassem seus pés. Pés respiram?
- Não, não respiram, mas não gosto de meias sem sapatos.
Foi então que Maurício reparou nos pés dela: unhas feitas. Ela mesma fazia, pois achava um desperdício absurdo ir a manicure. Esmalte vinho.
- Por que mulher pinta as unhas dos pés? - ele perguntou.
- Por que não? - ela quis saber.
- Hum... Acho que é para combinar com as mãos, né? - arriscou ele.
- É, talvez. Nunca parei para pensar nisso - disse ela vagamente.
- Mas se é para combinar, por que o esmalte das suas mãos é claro e o dos seus pés é vinho?
Malu olhava para o teto. A luz amarelada e morna no abajur pousava sobre ambos.
- Porque ontem, quando eu pintei as unhas dos pés eu era uma pessoa. Hoje, quando fui pintar a sdas mãos, eu era outra.
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>sara