Peguei meus princípios e não soube o que fazer

Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo.
 (Sereníssima, Legião Urbana)

E eu matutando com meus botões.

Até que ponto você leva seus princípios e crenças? Esse papo de ser flexível eu entendo bem, mas do quanto de mim eu tenho que abrir mão para fazer as coisas funcionarem? Detalhe: fazê-las funcionar dentro da incoerência interna alheia. Ai isso dá coceira o nariz - e eu de mãos atadas. Como faz? A cabeça dá um nó!

Porque pedir ajuda vira sinônimo de fraqueza e incompetência. Ora, não somos um time? Então por que sentir o mundo sobre as próprias costas. Atlas Atlas, vai embora e me deixa! Me deixa que eu quero tentar entender que a experiência ruim não parece poder ser partilhada. Que cada um celebra suas vitórias medíocres e esconde seus fracassos mais torpes à sete-chaves. Ora, mas compartilhar a experiência ruim não pode ajudar a encontrar soluções? E essa solidão imposta que não deveria existir?

Nosso problemas e dramas são os mesmos, então por que fingir que está tudo bem e olhar os honestos com desdém, como se nada tivessem em comum?

Quem engana os outros, sempre acaba se enganando por tabela.

Já prevejo mil coisas à nossa frente, enquanto peso tudo em mil balanças e vejo o que faço com as coisas nas quais acredito. Me condenam? Talvez, porque não é fácil assumir uma posição e bater o pé e dizer:

- É assim que vou jogar.

Porque, nessas horas, os demais se lembram que somos um time e o risco de se ser cortado ou passar o jogo no banco é grande.

E vou vivendo e matutando com meus botões.

Comentários

Larissa disse…
acho que às vezes a gente tem uma tendência natural a ser Atlas sem querer. não por medo de pedir ajuda, mas por medo de a ajuda atrapalhar.
também fico matutando, só que sem botões.

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