Mãos ao alto!
Você sentado no balcão, com o seu café forte. Sem açúcar. Você me diz:
- Menina, levanta essa cabeça. A vida é dura!
- Mas eu não baixei a cabeça.
Eu sorrio e você não retribui. Quer bancar o forte, por confundir fraqueza com delicadeza - como tantas pessoas fazem. Mas quem você pensa que engana? É tudo uma questão de saber te conduzir.
- Te conheço, moço.
E você ainda sério. Tão frio e duro. Mas os ombros tensos se desmancham nas minhas mãos assim que brinco de Bebel Gilberto e cantarolo ao pé do seu ouvido. Aí sim você me olha como eu gosto que me olhe: desarmado.
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