Relacionamentos abertos & Cia
Ele era meu professor de francês e uma pessoa muito interessante. Falávamos sobre qualquer coisa, mas sempre que o tema era relacionamento, a coisa se enroscava: nossos pontos de vista eram muito diferentes. Não que chegássemos a discutir nem nada assim, mas ele estava certo que me convenceria das vantagens vantajosas do relacionamento aberto.
Eu já não era boba nessa época e era noiva, daí a situação ficar mais delicada. Ele sempre me contava de uma "namorada" que teve durante um tempo e de como era a relação deles. Eu respeitava, mas não aprovava. Não que tivesse que aprovar coisa alguma:
- Olha, eu não tenho nada contra. Isso me soa bem moderno, mas sou antiquada. Não daria certo pra mim.
Era o que eu lhe dizia. Acho que se os dois envolvidos estão de acordo, bem, por que não? Mas para mim, não funcionaria: minha cabeça é outra. Sou muito mais a favor do que Tia Ninota costumava me dizer:
- Tenha muitos namorados, mas um de cada vez.
Acho uma certa graça em seu conselho. E acredito que seja preferível ter vários namorados , um de cada vez, é claro, a trair a pessoa com que se está. Não, eu não tive muitos namorados. Sinceramente isso não me faz falta. Essa necessidade forçada de ter várias experiências não me parece saudável.
Esteja com que se gosta.
Seria esse o meu conselho para as minhas futuras sobrinhas. E por que não sobrinhos?
Como muitas pessoas que conheci, meu professor era uma excelente companhia... até que se tocasse no já mencionado assunto. Aí tudo ficava estranho. Um dia eu descobri que ele flertava concomitantemente comigo e com uma amiga: Lili.
Para alguém que curte relacionamentos abertos, está tudo mais do que certo. Mas um dia nós duas cansamos das histórias e das conversas. É difícil manter a amizade ou a convivência com alguém que tem declaradamente segundas intenções. Um dia eu disse a mim mesma:
- Clara, já é hora de dar um basta, não?
E nunca mais falei com ele. Não dava para alimentar a amizade em alguém que sabia que eu estava prestes a casar (o que não houve de fato) e achava normal xavecar duas amigas ao mesmo tempo (xavecar? usei mesmo essa palavra?). Bom, pelo menos ele fazia isso pelas nossas costas: conheci um cara capaz de flertar com duas garotas ao mesmo tempo, estando elas uma do lado da outra. Era o tipo incapaz que perceber como ele se afundava quando elas percebiam a ausência de preferência dele. Bom, mas isso é outra história...
Mas agora me diz: o que você acha disso, Zeca?
Comentários
E aí, Zeca, qual sua opinião? hehehe
lembrei!
>sara