Diário: Em busca da capivara perdida

"Estamos aguardando movimentação do veículo à frente" foi a frase do dia. Mas enfim, tudo certo, tudo resolvido. Agora é oficial. E eu adoro as coisas oficiais. E nada das capivaras no rio - meu rosto colado na janela. Cadê vocês, meus amores? Lembrei de você e de quando ligou para compartilhar:

- Adivinha quem está do meu lado aqui?

Breno foi comigo, como sempre. Fez um ano que comecei a ler sobre ele e sua aventura berlinense. Estou longe de acabar o livro e não tenho nenhuma pressa. Já não tenho pressa de tanta coisa... Vontade grande de escrever, voltar a escrever meus romances, contos, poemas. Pois bem. Pensei em você e nas minhas escolhas, na minha segurança, na história mal esboçada - eterno rascunho - e me bateu uma sensação de conforto. Sensação de ter o poder sobre o seu próprio destino.

A mesma sensação provida pela pasta debaixo do braço. Muito bem. Incrível como a gente muda em apenas alguns meses. Uma questão de necessidade/ sobrevivência. Incrível como conseguimos aprender com os próprios erros. E como podemos nos libertar daquilo que nos poda e nos prende. Adeus amarras.

Acho que é de Lygia Fagundes Telles uma passagem na qual uma mulher usava uma bolsa vermelha ou roxa porque aquilo era ousado e ela tinha acabado de declarar o seu amor e, para isso, era necessária uma boa dose de ousadia. Bom, bolsas não têm impacto sobre mim. Sem bolsas, sem declarações de amor, por favor. Mas a sensação da qual a escritora fala, a sensação fornecida pela bolsa, é a mesma que o meu vestido lilás traz. E tenho gostado muito dessas novas sensações.

Comentários

Alline disse…
Eu sempre falo e repito que as pequenas mudanças, as novidades, deviam fazer parte de todos os nossos dias. Como sobreviver na rotina, na acomodação? É muita falta de criatividade a gente se deixar levar pelo tédio, num é não?

Beeeeeijo, Frau, e caso a gente não se esbarre até o ano que vem, que seja um bom começo pra ti, com saúde, astral e alegria.

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