Flerte

Os dois num bar, com depressão pós-natalina:

Ela: - Cuidado: as aparências enganam.

Ele: - Por que você diz isso?

Os dois já estavam um pouco altos.

Ela: - Porque eu sou perigosa. Ninguém diz isso pela minha aparência, eu sei, mas sou perigosa, é fato.

Realmente ninguém diria aquilo sobre ela - à primeia vista, inofensiva. Não havia qualquer soberba em sua voz: ela declarava sua periculosidade como se constatasse um simples fato. Pimeiro ele achou graça, seu rosto de menina não parecia esconder nada. Entretanto, ao olhá-la com mais atenção, percebeu um brilho diferente em seu olhar, um trato diferente de suas mãos, uma contração diferente de seus lábios.

E deu razão à ela.

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