Jogo da vida: sua vez.
- Ué, mas não era isso o que você queria? - perguntei à ela.
Aquela frase não nascia de mim, mas brotara de um texto alheio. Já fazia tanto tempo...
- Sim, era isso - ela me respondeu.
- Então? - disse eu dando ombros.
- Não sei - disse ela dando ombros.
Ela ficou me olhando. Tão bonita e tão certa. Continuou:
- Eu coloquei o feitiço, eu tiro o feitiço - ela me olhou com firmeza.
- E deu certo, bruxinha. E agora? O que te falta?
- Nada - ela sorriu, tentando se entender.
- Então? - perguntei, tentando entendê-la - Por que parece que tem algo errado?
- Tomar a decisão mais acertada e sensata faz com que eu me sinta estranha.
- Mas será que foi certa mesmo?
- Nah. Não sei. E tem coisas acontecendo completamente fora do meu controle.
- Ou da sua compreensão, suponho - tomei um trago - Estou só especulando...
- Eu não tenho a mínima ideia do que fazer, de verdade. Não sei como cheguei até aqui, não sei como sair e pior: estou me divertindo.
- Claro que está! É bom estar do outro lado para variar... Cansa demais ter sempre o mesmo papel. Então você está gostando dele?
- Dele quem? - ela me olhou furtiva.
- Do seu novo papel, oras - torci o nariz.
- Estou. Estou... tentando entender.
- Quem?
- O quê. Meu novo papel.
- Não dá para racionalizar menos e sentir mais? - arrisquei.
- Não - ela respondeu categórica.
- Entendo - menti.
- E o feitiço não foi desfeito... - ela olhou com pesar.
- Parece que você não tem tanto poder quanto imaginava - especulei.
- Coisas além da minha compreensão... ou do meu domínio. Para todas as outras, meu jogo, minhas regras.
- O problema é quando o jogo envolve duas ou mais pessoas. Aí não é mais tão simples assim: uma vez que o jogo é partilhado, as regras também são.
Ouvindo Disparada (Jair Rodrigues)
Aquela frase não nascia de mim, mas brotara de um texto alheio. Já fazia tanto tempo...
- Sim, era isso - ela me respondeu.
- Então? - disse eu dando ombros.
- Não sei - disse ela dando ombros.
Ela ficou me olhando. Tão bonita e tão certa. Continuou:
- Eu coloquei o feitiço, eu tiro o feitiço - ela me olhou com firmeza.
- E deu certo, bruxinha. E agora? O que te falta?
- Nada - ela sorriu, tentando se entender.
- Então? - perguntei, tentando entendê-la - Por que parece que tem algo errado?
- Tomar a decisão mais acertada e sensata faz com que eu me sinta estranha.
- Mas será que foi certa mesmo?
- Nah. Não sei. E tem coisas acontecendo completamente fora do meu controle.
- Ou da sua compreensão, suponho - tomei um trago - Estou só especulando...
- Eu não tenho a mínima ideia do que fazer, de verdade. Não sei como cheguei até aqui, não sei como sair e pior: estou me divertindo.
- Claro que está! É bom estar do outro lado para variar... Cansa demais ter sempre o mesmo papel. Então você está gostando dele?
- Dele quem? - ela me olhou furtiva.
- Do seu novo papel, oras - torci o nariz.
- Estou. Estou... tentando entender.
- Quem?
- O quê. Meu novo papel.
- Não dá para racionalizar menos e sentir mais? - arrisquei.
- Não - ela respondeu categórica.
- Entendo - menti.
- E o feitiço não foi desfeito... - ela olhou com pesar.
- Parece que você não tem tanto poder quanto imaginava - especulei.
- Coisas além da minha compreensão... ou do meu domínio. Para todas as outras, meu jogo, minhas regras.
- O problema é quando o jogo envolve duas ou mais pessoas. Aí não é mais tão simples assim: uma vez que o jogo é partilhado, as regras também são.
Ouvindo Disparada (Jair Rodrigues)
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