Histórias exemplares: A mocinha que se dizia perigosa

Os dois sozinhos, tarde da noite, numa rua deserta.

- Você fala isso porque mal me conhece - ela diz muito séria e sorrindo - Sou perigosa.

Seu rosto é delicado e seus modos contidos.

- É nada - ele sorri de volta, pensando entender o jogo e se aproximando - Você é completamente inofensiva, basta olhar para você, seus traços, o jeito como se veste. Você não é perigosa - ele provoca.

- Não - ela diz com firmeza - Sou perigosa sim - diz tirando um dedo humano sem mão nem dono de dentro da bolsa (o forro ensagüentado).

Os dois sozinhos, tarde da noite, numa rua deserta.

Ouvindo Black night (The dodos)

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