Petiscando

Porque eu corro muito, corro sempre. Desde sempre? Não, há uns anos. Coisa do sangue pulsando, acho. Num suspiro, velocidade. Dançando sozinha com uma frequencia absurda e adocicada. Mas tem horas que preciso parar, pausar o coração, brecar o passo e sentir coisas que acabo por esquecer.

Abro o armário... e olha o potinho de castanhas de caju!

(são luas gorduchas ou sorrisos largos?)

Fecho a boca e fecho os olhos. Porque é preciso ficar calado e é preciso esquecer do mundo: na minha boca só aquele gosto. Gosto gostado e sentido e respirado.

Epifania em forma de petisco.

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