Bibi e o verão

Bibi sempre ia a casa do avô na praia, na época das férias. Mal deixavam as malas em casa, corriam para praia. Mal chegavam a praia, Bibi corria rumo ao mar. Água gelada em dia nublado, mas Bibi não sabia o que eram dias nublados. Comprava sorvete de coco, o sorvete mais cremoso. Desmanchava na boca e sobravam os deliciosos pedaços de coco a serem mastigados eficientemente.

Bibi olhava animado para o verão, o sol, a praia - embora tivesse pena dos camarões em espeto. Gostava do cheiro de Sundown, mas não do bonezinho com a qual a mãe o "protegia do sol". Brincava a beira do mar enquanto as ondas tentavam roubar seus baldes plásticos e coloridos - duas pazinhas há tinham ido. Entretanto, aquilo nunca diminuía seu amor pelo mar e pela praia. Amor bandido.

Mas a parte do dia que mais gostava era, sem dúvida, o fim de tarde, quando iam para a praça central da cidade. Havia um parquinho bem conservado e simpático, mas Bibi nem chegava perto. Gostava mesmo era do coreto. De mão dada com a avó, olhava fascinado o brilho do sol poente por entre o coreto. A banda tocando antigas marchinhas de carnaval, embora nem fosse carnaval. O brilho amarelado cintilando nos metais sonoros e amorosos. Os músicos sem ar tirando ar sabia-se-lá-de-onde. Foi então que decidiu ser músico, para fazer parte da banda que tocava no coreto de Caraguatatuba.

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