[Mil e] um pequeno[s] imprevisto[s]
Eu já tinha me dado conta antes, várias vezes, mas hoje precisei comentar com uma amiga:
- Sabe que a minha vida não saiu nada do que eu imaginava? Há quatro anos atrás, eu imaginava que hoje eu estaria já com o mestrado pronto, dando aulas de literatura, com meu próprio apê e... casada. E de repente saiu tudo... Diferente. Não posso dizer errado, porque só é diferente.
E lentamente está dando tudo certo. Um tudo tão diferente, pensei comigo mesma, enquanto o John cantva para mim no carro.
As coisas têm uma razão de ser, acho. E elas realmente nem sempre saem como a gente gostaria, tanto para o bem quanto para o mal. De repente, o inesperado e os imprevistos não são de todo ruim. E chegarão mesmo a ser um pouco ruim?
A gente tem que se desdobrar mais, se desafiar mais, tentar se encontrar porque a rota foi outra. Não que sempre a gente escolha, às vezes é desvio da CET por causa de algum pepino automobilístico ou qualquer coisa na marginal Tietê, sempre a marginal Tietê. Tudo bem, aceito o desafio, a nova rota, o desconhecido.
O importante é não ficar às margens do que se quer e ir galgando aos poucos. Porque a gente descobre que certas coisas não importam, enquanto outras... são simplesmente tudo. E outras ainda:
- Como raios eu já quis isso, uai?
Mas só vivendo para saber essas coisas. Só sentindo para ver aquilo cuja importância se renova com o passar dos anos. E fico feliz em perceber que as coisas saíram outras: eu não teria vivido metade do que vivi se meus planos iniciais tivessem sido levados a cabo.
Claro, eu teria vivido outras coisas, mas não essa vida que tenho vivido e que me transformou em quem sou hoje. Aliás, que tem me tranformado. E quem serei amanhã? Surpresa. Amanhã eu vejo.
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