Auto-afirmação
Cada um se auto-afirma de um modo diferente. Alguns vão pela habilidade no futebol, outro por músculos definidos ou decotes insinuantes. Força física. Desmonstrações de poder. Dominação. Posse. Histórias sexuais. Experiência sexuais ou mesmo de vida. Dinheiro. Humilhação. Eloquência. Violência. Conhecimento. Isso não me intimida mais.
Se há gente que se auto-afirme dessas maneiras isso simplesmente não é da minha conta - a não ser que para que alguém tenha que se sentir bem eu tenha que ser humilhada. Aí estou fora. Acho que a minha auto-afirmação funciona pelo modo como eu levo o meu trabalho à sério. Meu perfeccionisto não tem a ver com mostrar para todos que sou a melhor, porque eu não sou melhor do que ninguém, mas sempre melhor que já fui. Longe disso, estou preocupada em fazer o meu trabalho bem feito, a despeito do que fazem os outros. Porque tudo o que faço, faço com amor. Dou o meu melhor em tudo o que faço. Simples assim.
Me preocupo muito mais com o que eu sou do que com o que eu ainda não sou. Tem coisas que nunca vou ser - nem quero. Talvez meus valores entrem em choque com os dos outros de vez em quando, ainda que eu não tenha para mim nada de outro mundo. Reconhecendo o que precisa ser melhorado, eu trabalho nisso.
Minha auto-afirmação também se dá pelo fato de escrever. E isso desde 1900 e bolinha. Incrível como ainda funciona. É como eu disse ao meu amigo J. P.: tem coisas que ninguém tira de nós e é nelas que temos que nos concentrar. Porque o resto pode ser levado na primeira enxurrada que enfrentarmos. E isso, esse gosto pela escrita - e me atrevo a dizer sim um certo talento - ninguém pode tirar de mim.
Só estou pensativa hoje...
E me lembrei do maior elogio que recebi até hoje e que foi, por sinal, proferido pelo mesmo amigo J.P. De repente sinto que nossos valores, se não são os mesmos, estão próximos. É sempre um consolo.
Ouvindo Letting the cables sleep (Bush)
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>sara