Diário: It's rainy just outside
Tem dias que você simplesmente desliga - ainda que tenha vários afazeres domésticos. Tirei um tempo pra sair. Não há nada melhor do que sair de jeans, all star, blusão e ainda se achar linda. Linda não era exatamente a palavra, mas me dei ao direito de sair como tive vontade.
Chorei no trailer antes do filme, mas não chorei no filme que fui ver. Normalmente choro em ambos: trailers e filmes. Comprei três potes do meu sorvete preferido. Pura sorte, já que eu nunca acho esse sabor para vender. Uma tristeza.
O que me fez lembrar de uma coisa que ele me disse há alguns anos: "você gosta de coisas com sabores suaves". Analisando atentamente o sabor de sorvete que mais gosto (e lembrando que ele falava das minhas preferências referentes a suco e pizza) percebi que ele tinha e tem razão. Talvez eu precise estender essa suavidade e leveza aos demais campos da minha vida. E tenho acertado nesse quesito.
Ontem eu constatei verbalmente que 2010 não é nada do que eu tinha planejado em 2009: não estou no emprego que planejei nem com a pessoa que imaginei. Mas, estranhemente, logo eu (que não gosto de surpresas), estou gostando desse sabor desconhecido dos meus dias.
O desconhecido é algo fascinante.
Ontem eu percebi que é importante planejar o imprescindível. Sim, isso é fato. Mas só. Há coisas que tem que ser saboreadas na correnteza que nos leva. Deixar a imaginação mais solta. Sem, é claro, mas sem encher os balões de expectativa, que podem nos levar para lugares altos demais ou para aqueles em que muitas vezes não queremos estar se/quando os balões explodem.
Comentários
E, pensando junto... será que realmente somos capazes de voar? Será que essa vontade de não encher balões de expectativa não é, ela mesma, sorrateiramente, um minucioso plano disfarçado?
Que o medo do estouro não impeça a força do fôlego para encher balões, mesmo aqueles cujo rumo é o esperado inesperado!