Eu prefiro ter essa matutação ambulante
Vamos que vamos experimentar ônibus novo. Sim, sempre um momento mágico quando sinto a civilização que se aproxima do meu feudo. Nuvens estranhas, citando Pocahontas.
A oferta de ônibus por aqui é uma coisa deprimente, embora algumas fagulhas de esperança sempre permaneçam. Sim sim, sou uma eterna otimista, mesmo quando o cobrador faz pouco caso de mim ou me responde com grosseria - dois cobradores diferentes no mesmo dia. É, nem sempre o meu charme pessoal funciona, normal.
Enquanto me aventurava ao pegar o novo ônibus e passava por umas quebradas críticas, comecei a matutar, naturalmente. Andar por aí é um dos melhores jeitos de refletir, pelos menos eu acho. E sei de mais gente que faz isso também. Enfim, comecei a me sentir bastante desconfortável por não conhecer nadinha das ruas, avenidas, favelas, digo, comunidades, e cia.
Foi só o nome de uma avenida que reconheci. Nome gringo, leste europeu provavelmente. Mas só os brasileiros com seus churrasquinhos de gato mia, mini-vans dos infernos e incansáveis camelôs. E logo a ficha caiu e me dei conta: os caminhos conhecidos são todos confortáveis, mesmo que não sejam bom, pois é uma coisa da qual temos certeza, que sabemos como funciona.
Sei ir daqui até a esquina, mas o que vem depois da esquina, bom, isso é um mistério.
Um caminho novo, seja de ônibus, seja da vida, nem sempre é confortável. Na verdade, acho que nunca é. E somos forçados a sair da zona de conforto e a nos questionarmos, nos desafiarmos à pensar diferente. Nem que seja para concluir que a escolha pelo ônibus novo foi um grande erro - como foi (e como foi!).
O importante é sempre se arriscar quanto aos ônibus. E saber que sempre se pode dar o sinal e descer no próximo ponto.
Comentários
Gabrz again
...e Pocahontas sempre foi uma das minhas preferidas.
beijo
>sara