Física quântica
Descobri que gosto das coisas difíceis. E das pessoas difíceis. Não é que seja uma coisa consciente, que eu chegue e diga: Você é difícil? Então quero você. Também não é que eu goste de sofrer. É simplesmente como as coisas são. É como as coisas acontecem.
Talvez eu atraia a dificuldade. Talvez eu leve jeito para lidar com ela. Acho que, no fundo, eu sei que dou conta. Nem que seja para bater o martelo e falar uma hora: foi difícil, mas eu tentei. A tentativa é uma coisa que valorizo, do mesmo modo que valorizo o processo em detrimento do resultado.
É por isso eu gosto tanto tanto de você, mesmo você sendo chatíssimo, ansioso ao extremo e por vezes inconveninte. Gosto de olhar para essa sua cara de criança e pensar: você ainda vai ser um grande homem.
É por isso que eu escolhi a profissão que escolhi. Não que as coisas estejam fáceis hoje em dia e só minha carreira seja uma coisa meio complicada. Não mesmo. Já foram fáceis? Será que tudo esteve já mais calmo e tranquilo algum dia? Só acho que hoje as dificuldades são outras, são diferentes das dos nosso pais.
É por isso que gosto de V. Woolf. Que fui ao experimento teatral de minha amiga
Diva Ruiva. Há sempre o risco de se sentir inadequado, incapaz, estúpido
ou burro mesmo, mas eu arrisco. Arrisco e não é porque eu seja louca por desafios. É porque simplesmente as coisas são assim.
Ouvindo Solidão que nada (Cazuza)
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