na sua janela
Ele vinha com suas provocações, seus comentários, seu desprezo, suas ridicularizações. Queria ver até onde ela aguentava ir, até onde segurava o ar nos pulmões, a voz na garganta, as lágrimas nos olhos.
Ele esperava que ela se sentisse cada vez menor, com as doses homeopáticas de maldade que ia tentando destilar pelos seus dias.
Só não esperava que, ao ser perguntada sobre como estava, ela respondesse, ainda que despedaçada:
- Melhor impossível.
O sorriso dela era honesto e duro. E ele se viu desarmado: ela era a bala que estilhaçara a vidraça.
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