Paixão junina
Estavam numa quermesse do bairro. Bandeirinhas, pipoca, peixes em tanques de areia. Ele, ainda um garoto. Ela, a vida toda acertada. Ele, perdidamente apaixonado. Ela, ciente da paixão alheia. Dá ombros, que mais poderia fazer?
Aquele olhar...
Estão conversando. Têm amigos em comum. A música começa a tocar:
- Seu marido não vem?
- Não tenho marido.
- Namorado?
- Está trabalhando.
Aquele sorriso...
A despeito da timidez, pega-lhe as mãos, suavemente. Suavemente, ela se desfaz dele e delas e sai para dançar com a quadrilha da igreja - vestido de chita:
- São João, São João, acende a fogueira do meu coração!
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