Diário: Noturnos
Vou chegando em casa. Estaciono e desço do carro. É noite escura já. Poucas luzes acesas e um pouco de friagem. Pego as bolsas, contorno o carro. Já a chave na mão direita quando alguém grita ansiosamente meu nome, lá da esquina.
É um rapaz que agita a mão efusivamente.
Alto, barba e bigode. Não mais do que isso pela luz fraca e amarelada.
Aceno de volta, mecanicamente. E com um certo temor. Aceno sem saber para quem aceno. Puro reflexo. Ainda assim, hesitante. Quem poderia ser? Quem me reconheceria e daria-se ao trabalho de me chamar àquela hora, ainda que estivesse só passando?
Me contentei em entrar em casa e guardar a curiosidade junto comigo.
Comentários
Manter a curiosidade, as vezes, é melhor do que a descoberta. kkkk