Por que algumas palavras são longas e outras curtas?
Peter Dizikes - MIT
Eficiência da linguagem
Por que algumas palavras são curtas e outras são longas?
Durante décadas, a teoria mais aceita considerou que as palavras
usadas com frequência são curtas a fim de tornar a linguagem eficiente:
segundo essa visão, não seria econômico se o artigo "o" fosse tão longo
quanto "fenomenologia".
Mas agora uma equipe de cientistas do MIT desenvolveu uma teoria
alternativa, com base em novas pesquisas: segundo eles, o comprimento
de uma palavra reflete a quantidade de informação que ela contém.
"Pode parecer surpreendente, mas o comprimento das palavras pode ser
melhor previsto pelo conteúdo da informação do que pela frequência,"
afirma Steven Piantadosi, principal autor de um artigo sobre o assunto
que avaliou o uso de palavras em 11 idiomas.
Dependência entre as palavras
A noção de que a frequência de uso gera palavras mais curtas resulta dos trabalhos publicados por George Zipf, nos anos 1930.
Segundo Piantadosi, a ideia de Zipf tem um apelo intuitivo, mas
oferece apenas uma explicação limitada para o comprimento das palavras.
"Faz sentido que, se você falar algo repetidamente, então você vai
querer uma palavra mais curta," diz Piantadosi. "Mas há uma história de
comunicação mais refinada para ser contada do que isso. A frequência
não leva em conta as dependências entre as palavras."
Ou seja, muitas palavras geralmente aparecem em sequências previsíveis, na companhia de outras palavras.
Palavras curtas não são necessariamente muito frequentes.
Informação nas palavras
Mais frequentemente, os pesquisadores descobriram, palavras curtas
não contêm muita informação por si mesmas, mas aparecem em sequências
de outras palavras familiares que, como um todo, transmitem a
informação.
Por sua vez, este agrupamento de palavras curtas ajuda a "suavizar"
o fluxo de informações na linguagem através da formação de cadeias de
pacotes de dimensões semelhantes, o que por si só gera uma eficiência -
ainda que não exatamente a eficiência imaginada por Zipf.
"Se você considerar que as pessoas devem estar tentando se comunicar
de forma eficiente, você chega a essa taxa uniforme," acrescenta
Piantadosi; seja através de agregados de palavras mais curtas ou por
meio de palavras individuais mais longas já carregando mais informação,
a linguagem tende a transmitir informações a taxas consistentes.
Fonte: Diário da Saúde
Comentário: Não sei se concordo com tudo o que foi dito, mas é, sem dúvida, algo interessante para se pensar.
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