Diário: Dos vegetais problemáticos
Será que só eu não sabia que existe a Lapa Alta e a Lapa Baixa? Ouço o Coro grego (a consciência da cidade): Sim, sua tola! Depois de hoje, perdi a vontade de visitar o mercado de lá - um dos programas de índio próprios para se fazer com o namorado que, por generosidade, aceita de primeira - embora eu ache que um passeio ao mercado da Lapa seja um convite irrecusável.
Tinha pepinos e abacaxis para fatiar na Lapa. Então fui - sem ter a exata noção do quão longe ela fica das minhas terras. Morri de medo de me atrasar, mas cheguei cedo. E como era (e aliás é) longe! Sou de São Paulo, mas conheço muito pouco. E ir até a Lapa foi realmente uma prova de como moro longe da civilização!, conforme meus amigos de faculdade costuma(va)m dizer. A Paulista parece a esquina de casa, se comparo com a Lapa.
Porque não me perdi na ida, me perdi na volta. No meu aniversário, vou pedir um GPS, uma bússola ou um geógrafo para me acompanhar, do contrário não dá, simplesmente não dá. Eu estava impecável, sapatinho e tudo. E um calor miserável que eu derretia. I melt without you. E sem almoço, é claro.
- Você está sem almoço? - pergunta bonitinha de mãe.
para chegar em casa e me deparar com um prato delicioso feito por Charlie.
Aliados aos vegetais problemáticos, veio o esporro. Bom, o esporro veio antes. Okay, alguns esporros são necessários - Teoria da Terapia de Choque. Mas acho que o pior esporro é aquele que nós nos damos. Chega de esporro: consegui fatiar meus vegetais, pepinos e abacaxis, com perfeição, como de costume. Nada como um bom conjunto de facas Guinzo. Quem sabe hoje eu consiga dormir decentemente, sem mosquitos nos meus ouvidos e Harry Potter me acordando à meia-noite.
Ouvindo Ironic (Alanis Morissette)
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